Como prevenir e tratar a obesidade?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é uma doença que resulta de uma acumulação de gordura anormal ou excessiva e que representa um importante fator de risco para uma série de doenças crónicas, incluindo a diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e oncológicas. Depois do tabagismo, a obesidade é considerada a 2ª. maior causa de morte passível de prevenção e que afeta homens e mulheres de todas as raças e idades, com enorme prevalência nos países mais desenvolvidos.

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Um estudo realizado pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação concluiu que, na população adulta, cerca de 38,2% das mulheres e 64,5% dos homens tinham pré-obesidade e obesidade. Nas crianças o cenário é igualmente preocupante, sendo a prevalência de pré-obesidade e obesidade cerca de 31,5%. Estima-se que em 2025, mais de 50% da população mundial seja obesa e, por isto, a obesidade já é considerada como uma epidemia global do século XXI pela Organização Mundial de Saúde.

O excesso de gordura resulta principalmente de sucessivos balanços energéticos positivos, ou seja, em que a quantidade de energia ingerida é superior em relação à quantidade de energia que é gasta durante o dia. Ainda assim, outros fatores podem estar implicados, como fatores hormonais, culturais e genéticos, vendo-se frequentemente crianças obesas filhas de pais obesos.

Sabe-se que mais horas de televisão, jogos eletrónicos ou de computador, assim como quanto mais urbana for a zona de residência são fatores que contribuem para um aumento da obesidade. Para além disto, constata-se que à medida que a idade avança, a atividade física tem tendência para diminuir e sabe-se que mais de metade da população portuguesa não pratica pelo menos 3,5h de atividade física por semana.

A obesidade representa riscos para a saúde a curto e a longo prazo. No entanto, indivíduos com excesso de peso, têm também um risco aumentando de vir a desenvolver doenças e não apenas aqueles que se encontram excessivamente obesos. O excesso de peso e obesidade estão na origem de muitos processos mórbidos que, por si só, podem levar a uma mortalidade precoce.

Consequências do excesso de peso e obesidade:

  • Doenças crónicas-degenerativas
  • Maior predisposição para hipertensão arterial
  • Risco três a quatro vezes superior de angina de peito, enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral e morte súbita
  • Maior probabilidade de desenvolver diabetes mellitus
  • Problemas dermatológicos
  • Apneia do sono, dificuldades respiratórias e risco de síndrome de insuficiência respiratória grave
  • Osteoartroses e artrites
  • Aumento do risco de cancro (mama, ovário, cólon, próstata, vesícula biliar)
  • Distúrbios hormonais
  • Malformações fetais associadas à obesidade materna
  • Desconforto no dia a dia (cansaço fácil, sudorese excessiva, dores nos músculos e articulações)
  • Redução de produtividade
  • Elevados custos para a saúde

A pré-obesidade e obesidade pode ser prevenida através de mudanças no estilo de vida A prevenção e controlo consistem em três pontos fundamentais: alimentação, atividade física e modificação de comportamentos.

A alimentação deve se equilibrada e nutritiva, evitando carências vitamínicas e outras que conduzam à desnutrição. Para tal, deve ser feita uma redução do consumo de calorias, em particular, no que diz respeito à ingestão de açúcares (bolos, bolachas, biscoitos) e gorduras (fritos) e deve ser dada preferência a hidratos de carbono complexos (cereais, arroz, massas, pão de preferência integrais).

Relativamente à atividade física, deve ser praticada pelo menos, 30 minutos de atividade física moderada por dia.

Os benefícios que resultam de uma perda de peso são diversos e manifestam-se, nomeadamente:

  • Na saúde em geral;
  • Numa melhoria da qualidade de vida;
  • Na redução da mortalidade;
  • Na melhoria de doenças crónicas associadas.

Sabe-se que com perdas de peso, mesmo que pequenas, é possível obter uma melhoria significativa do controlo glicémico, redução da tensão arterial, níveis de colesterol, dificuldade respiratória, sonolência diurna e problemas nos ossos e articulações.