Dica de nutricionista: tudo o que deve saber sobre a Vitamina D

As vitaminas são micronutrientes essenciais no corpo humano e que têm de ser obtidos através da alimentação, uma vez que não podem ser sintetizadas pelo organismo. Estas dividem-se em dois grupos, de acordo com a sua solubilidade: hidrossolúveis (são vitaminas solúveis em água) e lipossolúveis (vitaminas solúveis em gordura).

A vitamina D pertence ao grupo das vitaminas lipossolúveis e encontra-se presente em alimentos como peixes gordos (salmão, cavala, sardinha e atum), óleos de fígado de peixe e gema do ovo. Para além destes, a vitamina D também se encontra em suplementos alimentares e em alimentos fortificados, como leite, cereais de pequeno-almoço e gorduras vegetais, em que há uma adição de vitamina D ao alimento, para que este contenha um maior teor da mesma.

Por ser uma vitamina lipossolúvel, necessita de uma fonte de gordura para ser absorvida. Desta forma, quando se consomem alimentos ricos em vitamina D ou suplementos alimentares, se estes forem tomados juntamente com um alimento rico em gordura, terão uma taxa de absorção muito maior.

Contudo, a vitamina D para além de poder ser obtida através da alimentação, tem a particularidade de poder ser produzida por ação da radiação ultravioleta da luz solar na pele, sendo que se considera que esta é a forma mais eficaz para obtenção desta vitamina. No entanto, esta produção está dependente de diversos fatores, como a estação do ano, a pigmentação da pele, o uso de protetor solar, a quantidade de pele exposta e a idade, sendo que quanto maior for a pigmentação da pele, assim como com o avançar da idade, esta síntese vai diminuindo.

Os benefícios de um estado adequado de vitamina D estão amplamente estudados e descritos na literatura científica e sabe-se que esta vitamina promove a absorção de cálcio. Desta forma, mantém adequadas as concentrações de fósforo e cálcio, protegendo o organismo contra:

  • Quedas
  • Fraturas
  • Doenças infeciosas
  • Doenças autoimunes
  • Doenças cardiovasculares
  • Diabetes mellitus tipo 1 e 2
  • Cancro

Um estudo realizado em Portugal, indicou que dois terços da população idosa apresentava um nível inadequado ou deficiente de vitamina D e os dados de um relatório europeu sugerem que a deficiência de vitamina D está generalizada por toda a Europa, sendo que as taxas de prevalência cumprem os critérios de uma pandemia.

Apesar disto, é necessário ter atenção aos suplementos de vitamina D, uma vez que o excesso de vitamina D pode ser prejudicial, porque ao contrário das vitaminas hidrossolúveis, as vitaminas lipossolúveis não conseguem ser eliminadas através da urina, sendo acumuladas nos tecidos, tornando-se tóxicas. Para além disto, uma vez que o cálcio também passa a ser absorvido em proporções maiores que o necessário, podendo, em casos extremos, provocar calcificação de alguns órgãos.

É importante ressalvar que é bastante improvável e difícil chegar a um estado de toxicidade, apenas através do consumo de alimentos, sendo a toma de suplementação indevida a causa mais frequente. Sabe-se também que através da exposição solar prolongada não é possível atingir níveis tóxicos de vitamina D.

Por fim, é muito importante deixar claro que a toma de suplementos alimentares ricos em vitamina D não é estritamente necessária e só está recomendada para casos específicos, como deficiência comprovada, síndrome de má absorção, insuficiência renal, entre outras. Optar pela auto suplementação é contraindicado, uma vez que pode correr o risco de suplementar sem necessidade ou em doses inadequadas. A alimentação e a exposição solar de 10 a 15 minutos por dia, sem proteção solar e com a maior quantidade de pele exposta possível, continuam a ser as melhores vias para manter os seus níveis de vitamina D adequados. Desta forma, é essencial recorrer sempre a um profissional de saúde habilitado de modo a fazer o acompanhamento do seu caso.