Quatro factos que deve saber sobre os rótulos dos alimentos

Com uma oferta cada vez mais diversificada de alimentos nas grandes superfícies, nem sempre é fácil (e imediato) optar pelos que apresentam maior interesse nutricional. A análise dos rótulos é uma ajuda imprescindível na realização de escolhas conscientes, informadas e adequadas às necessidades de cada um.

Se sente dificuldade nesta tarefa, há quatro dicas que podem ajudar na próxima ida ao supermercado:

Existe uma ferramenta que ajuda a interpretar a composição nutricional dos alimentos: é o descodificador de rótulos da Direção-Geral da Saúde. Ao comparar a informação que consta no rótulo do alimento com a informação disponível nesta ferramenta, conseguirá perceber se o teor de gordura, de açúcares e de sal é considerado baixo, médio ou alto.

Os ingredientes são enumerados por ordem decrescente de peso, o que significa que os primeiros a surgir na lista de ingredientes são os que estão presentes em maior quantidade. Por isso, evite comprar alimentos que apresentem açúcares, óleos, gorduras, chocolate e sal no início da lista de ingredientes.

O açúcar pode assumir diferentes designações. Se algumas são fáceis de identificar (ex: açúcar invertido, mascavado ou de coco), outras podem passar despercebidas (ex: sacarose, frutose, maltose, lactose, glicose, dextrose, maltodextrinas, xarope de glicose, de milho, de agave ou de arroz, mel ou melaço).

Não se deixe enganar pelas seguintes alegações nutricionais:

  • Sem açúcares adicionados: só pode estar presente em alimentos que não contêm mono ou dissacáridos adicionados, nem outro alimento utilizado pelas suas propriedades edulcorantes. No entanto, não garante que o produto tenha um valor nulo de açúcar, uma vez que pode conter açúcares naturalmente presentes. A título de exemplo, um copo de 200 ml de sumo 100% fruta pode conter o equivalente a quatro pacotes de açúcar – proveniente da fruta que lhe deu origem.
  • Light: implica uma redução de, pelo menos, 30% de algum macronutriente (normalmente gordura ou açúcar) face ao produto original. Mais uma vez, a sua presença no rótulo não garante que se trate de um produto digno de ser incluído na alimentação diária. Se há alimentos em que a diminuição do teor de gordura e/ou açúcar é benéfica (ex: iogurtes, queijo), existem outros em que esta redução não lhes acrescenta interesse nutricional (ex: batatas fritas ou leite condensado).
  • Alto teor em fibra: só pode constar em alimentos que contêm no mínimo 6g de fibra/100g ou 3g de fibra/100 kcal do alimento. A sua presença no rótulo não faz do alimento uma boa escolha por si só, na medida em que pode, simultaneamente, apresentar quantidades elevadas de açúcar, sal e/ou gordura. É o caso de algumas marcas de bolachas digestivas e granolas que, por cada porção (quatro bolachas ou uma taça de 45g, respetivamente) podem conter o equivalente a dois ou mais pacotes de açúcar. Assim, nos alimentos que exibam estas ou outras alegações é igualmente importante consultar a declaração nutricional antes de os colocar no carrinho.