Dicas de nutricionista: como adaptar a alimentação no confinamento

O ano 2020 foi desafiante para todos nós, a todos os níveis. O confinamento e a necessidade de distanciamento social levaram a que tivéssemos de alterar e adaptar as nossas rotinas, nomeadamente a frequência das idas ao supermercado, a prática de atividade física, a redução da oferta de produtos alimentares e, por sua vez, a alimentação em si.

Agora, em 2021, a situação repete-se e o facto de permanecermos mais tempo em casa, aliado ao stress associado ao panorama atual, traduz-se numa diminuição do gasto energético. Poderá ser interessante ajustar o consumo alimentar, assim como estar atento ao (re)aparecimento de alguns distúrbios alimentares.

Imagens ©D.R.

No entanto, é tudo uma questão de perspetiva, isto é, cabe a cada um de nós retirar o melhor partido desta situação. Há menos fatores externos a influenciar a nossa alimentação, tais como a diminuição de refeições realizadas fora de casa e comemorações, pelo que somos os responsáveis pela escolha, compra e confeção das nossas refeições. Desta forma, a organização e gestão da rotina alimentar serão decisórias para melhorar os hábitos alimentares e, consequentemente, o estado de saúde em geral.

No estudo realizado face ao 1º confinamento pela Direcção-Geral da Saúde verificou-se que quase metade dos portugueses mudou hábitos alimentares, três em cada cinco tiveram níveis baixos de atividade física e que uma em cada três pessoas sentiu insegurança alimentar durante o mesmo.

Assim, durante o confinamento, é essencial que adotemos um conjunto de estratégias:

  • Organizar e planear a ementa semanal, fazendo uma lista de compras mediante a ementa escolhida e os alimentos existentes em casa;
  • Ler atentamente os rótulos alimentares, de forma a fazer uma escolha mais informada e saudável;
  • Privilegiar alimentos frescos, da época e de produção local (contêm uma maior riqueza nutricional);
  • Comprar alguns produtos congelados (por exemplo, hortícolas e pescado);
  • Realizar refeições regulares, com um aporte adequado de proteína e fibra;
  • Iniciar as refeições principais com uma sopa e incluir no prato salada/legumes, com vista a assegurar a saciedade e, desta forma, evitar petiscar entre refeições;
  • Evitar produtos processados, como por exemplo bolachas, doces, barritas de cereais, snacks salgados, entre outros;
  • Manter um bom estado de hidratação, optando pela água, chás, tisanas, infusões, águas aromatizadas caseiras, evitando bebidas alcoólicas e refrigerantes;
  • Estar ativo, procurando praticar de forma regular atividade física;
  • Manter bons hábitos de sono.

Uma alimentação saudável aliada à prática de atividade físico são os alicerces para um bom estado de saúde. É natural que existam períodos em que impere a falta de vontade, mas é importante que consigamos manter a motivação e o foco, sem que exerçamos demasiada pressão sobre nós próprios e nos preocupemos em estar bem, tendo em conta a nossa nova realidade.